É no retrovisor da vida que a gente tem que pautar,
mas que também seja um olhar à frente vendo o mar.
Mas que não seja um mero ' para aonde vou?'
Porque é de onde eu vim que me fez quem sou.
Que a gente veja a poesia no caminho,
que recebamos cada dia com carinho.
Pior do que querer reviver o que já se foi e esperar o que não existe,
É não dar agora o Abraço,
é não deixar de lado o cansaço,
É permitir que no ritimo da vida
se perca o compasso.
Pode parecer estranho, mas apesar de a contagem dos 365 dias, que envolvem o período de translação da Terra terem acabado, não posso desconsiderar o agora. Por isso, digo sim, que não foi, mas que é, assim como é maravilhoso o 2014, 2013, 2012, etc.
Tudo o que constitui o agora, toda essa compreensão de mundo, toda essa compreensão sobre a vida e tudo o que ela representa, está intimamente ligado com tudo o que passou mas ainda é. Os amores, as amizades, as decepções, os aprendizados, tudo isto está aqui dentro, agora, vivo, transformando e sendo transformado.
Tudo, absolutamente tudo, do que nesse momento está, é uma herança. Herdei de mim mesmo tudo aquilo que fiz e de mim mesmo tudo aquilo que deixei de fazer. Então, não posso dizer que foi, quando ainda é.
Porque apesar do tempo estar dividido em anos e você pode ter muitos anos, tem apenas uma vida. E você é exatamente tudo o que viveu, o que sentiu, o que superou, o que entendeu.
Eu aprendi que ainda estou aprendendo, que estou numa estrada. Estrada esta, que que está me construindo, me esculpindo, me ajustando. Como dirigir a noite, numa estrada escura, não precisamos ver o final do trajeto, os 200 metros que estão à frente, sendo iluminados pelos faróis, são suficientes. À medida que avançamos, mais a estrada se ilumina.
